domingo, 19 de dezembro de 2021

CNTE repudia perseguição a professores * Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação / CNTE

 CNTE REPUDIA PERSEGUIÇÃO A PROFESSORES

Escola Estadual Bonifácio Camargo Gomes
Bonito - Mato Grosso do Sul

Educadores de todo o Brasil se solidarizam com a professora de geografia de Bonito/MS que, depois de gravada em sala de aula, foi coagida por “menosprezar o agronegócio”


Nessa semana, repercutiu a notícia de que uma aluna do 9º ano da Escola Estadual Bonifácio Camargo Gomes, de Bonito (MS), gravou a sua professora de geografia e, insatisfeita com o conteúdo da aula, levou a sua queixa ao pai. Em ato contínuo, o pai da estudante foi se queixar da docente ao prefeito da cidade (!!!) que, imediatamente, por meio da Secretaria Municipal de Educação, acionou a direção da escola para repreender a professora. Tratava-se de uma aula sobre os desafios das questões ambientais no Brasil e, queixosos do tom crítico ao modelo do agronegócio e seus impactos no meio ambiente, o pai e a estudante se prestaram ao papel de tentar censurar a professora.


O caso é emblemático ao indicar a triste situação em que nos encontramos e, infelizmente, não se trata de caso único e exclusivo. O fato revela mais uma tentativa de impor censura e restrição à liberdade de ensinar dos/as professores/as, direito assegurado no artigo 206 da Constituição brasileira. Desde a chegada ao governo de Jair Bolsonaro, o movimento autointitulado “Escola sem Partido” ganhou proeminência ao fomentar esse tipo de perseguição que se vê nos dias de hoje. Nada mais sintomático dos tristes tempos em que vivemos é ver estudantes e famílias se colocando contra professores/as, transformando em algozes aqueles/as que deveriam ser, no mínimo, reverenciados/as por todos/as. O/A professor/a propicia o desenvolvimento do espírito crítico dos estudantes, que é forjado também no ambiente escolar.


Não nos calarão e tampouco deixaremos de denunciar essas práticas e ações que insistem em acontecer pelo Brasil afora. O Supremo Tribunal Federal já indicou a inconstitucionalidade desse movimento “Escola sem Partido”, mas como temos um presidente da República que elegeu a educação como inimiga da nação, esse clima de perseguição a professores, por questões de cunho político, religioso ou de gênero, reverbera por todo o Brasil. Nossa solidariedade à professora de Bonito!


Brasília, 16 de dezembro de 2021

Direção Executiva da CNTE

MAIS PERSEGUIÇÃO A PROFESSORES

Professora do Mato Grosso do Sul é coagida por “menosprezar | Geral

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

ESCOLA ABERTA PARA ESPERANÇAR * Edilberto C / RN

 ESCOLA ABERTA PARA ESPERANÇAR

É com sentimento de esperança que vejo terminar mais um ano. Não podíamos encerrá-lo sem abrir as portas da nossa escola. Abrimo-la para fechar um círculo que se expande em espiral a outra esfera. É da escola popular ser o umbigo de toda uma comunidade. A ela acorrem todos por alegrias ou dores. Foi com dor no coração que a mantivemos fechada, mesmo que parcialmente, por longos dezoito meses. Agora, em véspera de findar o ano, abrimo-la para atender a tantos quantos a ela acorreram a bater à porta. 


Muitas mães, pais, estudantes e familiares muitas das vezes acorreram à escola pelas mais diversas razões. Tudo circunda a escola, principalmente neste momento difícil por que passa o país. Momento de fome, de desemprego, de abandono, de violência, de luto e de muita luta para viver. Todos de uma forma ou outra chegam à escola. Devíamos abrir a escola para abraçar, acolher e dar esperança. Esperança que me toma também no encerramento deste ano.


Ao longo da Pandemia, 4 milhões de crianças e adolescentes entraram em processo de evasão e abandono da escola por todo o Brasil. No último ano, uma em cada quatro mulheres sofreram violência doméstica. Os lares se tornaram ambientes mais hostis, atingindo 17 milhões de mulheres e consequentemente crianças e adolescentes. A violência também nasce da fome: a pandemia e a falta de políticas governamentais sérias levaram 19 milhões de brasileiros de volta a níveis graves de insegurança alimentar. 


Por estas e outras razões não medimos esforços para reabrir a nossa escola. A escola é a possibilidade de devolver o mínimo de dignidade a quem se vê abandonado pelo Estado. Abrimos a escola na esperança de quem os poderosos agilizem a chegada da vacina para as crianças, para dar enfim segurança sanitária a que possamos reerguermo-nos dos escombros a que fomos todos lançados. Abrimos a escola para ser abraço a quem de tudo carece.


Renovemos a esperança de que o ano vindouro nos fortaleça para reencontrar o que foi perdido, para reconstruir o caminho do saber e do conhecimento, para refazer esta nação e devolvê-la ao trilho da justiça social. Que possamos vencer o desemprego e a fome, que retornemos o curso do cuidado ambiental, da defesa das florestas, do cuidado com o outro, com afeto, com respeito e tolerância. A escola estará aberta para juntos esperançarmos e juntos nos refazermos. 


Edilberto C. – Educador Sim

O Abraço de Esperança. Arte de Moçambique. Pinturas de Moçambique. Obra de João Timane.

(8) Edilberto Cleutom Santos | Facebook

***

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

MANIFESTO EM DEFESA DO COLÉGIO PEDRO II * Profª Maria Amélia Paladino/RJ

 MANIFESTO EM DEFESA DO COLÉGIO PEDRO II

ASSINE NOSSO ABAIXO ASSINADO

A notícia de que o Pedro II poderia fechar as suas portas tomou de assalto toda a sociedade brasileira. Pode isso acontecer com a maior referência em Educação Pública no Brasil?

O Imperial Colégio Pedro II é instituição nacional, fundada em 1837, para ser, inicialmente, modelo de instrução secundária na Corte. Estendeu-se nas demais províncias e, hoje, por suas características que enriqueceram e fizeram evoluir a sua história, do Curso Primário à Universidade, ainda é considerado o Colégio Padrão no Brasil.

Levantam-se as vozes daqueles que fazem a História do Pedro II: alunos e ex- alunos, professores e ex-professores, diretores e ex-diretores, todos herdeiros de valores de Educação e Cultura recebidos pelos ensinamentos de excelentes Mestres. E principalmente, a voz dos pais de alunos que se sentem felizes e seguros por saberem que seus filhos estão recebendo não somente conhecimentos necessários ao seu futuro, mas exemplos diários de Democracia, de Espírito Público, de Respeito ao País, de Fraternidade entre os Homens.

São muitas as vozes, e ainda bem que são tantas. Nas redes sociais, imediatamente, vieram a público defender o Pedro II, as atrizes Fernanda Montenegro e Andréa Beltrão. Lançaram Notas de Solidariedade ao Colégio: Cláudio Murilo Leal, Presidente da Academia Carioca de Letras, Ricardo Cravo Albin, Presidente do PEN Clube do Brasil, Eurídice Hespanhol, Presidente da União Brasileira de Escritores (UBE- RJ), Dyandréia Portugal, Presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-RJ), Juçara Valverde, Presidente de Honra da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES).

Permitam-nos destacar, em nome da Reitoria do Colégio Pedro II, a voz do Reitor Prof. Oscar Halac, das antigas Diretoras-Gerais, Profa. Maria Amélia Palladino e Profa. Vera Maria Rodrigues, e os lendários Diretores-Gerais Prof. Tito Urbano da Silveira, Prof. Vandick Londres da Nóbrega, Prof. Wilson Choeri e Prof. Antônio José Chediak.

Pela importância deste Manifesto o Colégio Pedro II é Patrimônio Histórico acreditamos ser oportuno ressaltar notáveis do seu Corpo Docente e Discente, que ilustram a trajetória do Colégio. Lecionaram no Pedro II os Ex-Alunos Eminentes: Euclides da Cunha, Aurélio Buarque de Holanda, Manuel Bandeira, Leôncio Correia, Pedro Nava, Maria Leda Chini, Dario Souto, Rui March, Fernando Segismundo, Leodegário Azevedo Filho e Sylvia Tiomno Tolmaskin.

Entre os alunos, tivemos cinco presidentes da República: Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Rodrigues Alves e Washington Luiz. Na Diplomacia: Barão do Rio Branco e Alexandre Addor. Nas Artes Cênicas: nossa estrela maior, Fernanda Montenegro, Mário Lago, Gilberto Braga, Andréa Beltrão e Denise Fraga. No Jornalismo: Adolpho Bloch e Ricardo Cravo Albin. Na Literatura: Alceu Amoroso Lima, Carlos Henrique da Rocha Lima, Reynaldo Valinho Alvarez, Antenor Nascentes,


Domício Proença Filho. Nas Ciências Sociais: Lélia Gonzalez. Na Música: Turíbio Santos, Lecy Brandão e Arlindo Cruz. Na Química, além de professor, foi aluno Tito Urbano da Silveira e na Física, Jayme Tiomno é um dos mais conceituados físicos do Brasil e do mundo. Na Astronomia: Ronaldo Rogério de Freitas Mourão. Na Engenharia: Bernardo Griner. Na Arquitetura: Adolpho Polillo. No Direito, o jurista Afonso Arinos de Melo Franco e a honra de ter sido ex-aluno o Ministro do Supremo Tribunal Federal e atual Presidente, Luiz Fux, assim como o médico e Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o Ministro da Cultura Jerônimo Moscardo, o Presidente do Banco do Brasil, Camilo Calazans e o Procurador Federal da Advocacia Geral da União, Carlos Augusto Pereira; a debutante da turma da Literatura, a ex-aluna Isabella Thiago de Mello, Assessora Especial deste Projeto. A lista seria extensa, mas não cabe neste breve espaço. Perdoem-nos a omissão.

Todos receberam lições de Cidadania, Cultura e Dignidade. Em seu abençoado recinto, tornaram-se “Homens de Bem.” E não somente de bem, mas homens de respeito e de conhecimento do valor da Causa Pública, dando ao Brasil o que receberam com mérito e dedicação em sala de aula.

Estamos com você, Pedro II! Na esperança da sua vitalidade, e de que o momento atual seja somente uma fase de dificuldades, na certeza de que seu valor cultural e humano prevalecerá.

Juntos, somos mais fortes!

 

Em tempo, o nosso agradecimento especial à Equipe Caliban, Ana Rosa Tendler, ao Coordenador da Campanha Digital, José Bulcão, a Designer, Kátia Arruda, a jornalista Joseti Marques e ao advogado, Dr. Luis Affonso Chagas. Vamos adiante!

Rio de Janeiro, 30 de Novembro de 2021.

 

Profa. Maria Amélia Palladino

 

Ex Diretora-Geral do Colégio Pedro II Membro da Academia Carioca de Letras

Secretária Geral da Academia Luso Brasileira de Letras

Presidente da Federação das Academias de Letras & Artes do Estado do Rio de Janeiro –FALARJ
***

POR QUE TEMOS QUE DEFENDER AS COTAS * JuventudeComunistaRevolucionária/JCR

 POR QUE TEMOS QUE DEFENDER AS COTAS 


COTAS na educação, no serviço público etc, têm sua razão de ser. O principal motivo é: o sistema não oferece oportunidades iguais para todos. 


A desigualdade (econômica e social) é muito grande. COTAS para o povo negro, morador das periferias e comunidades que enfrenta todo tipo de dificuldades, para os indígenas, massacrados por todo tipo de injustiça, para todas as pessoas portadoras de deficiências, e para todos que ganham até três - 3 - salários mínimos; essas desigualdades são ainda maiores.


A educação de uma criança ou de um jovem que enfrenta diariamente violência doméstica, violência policial, violência pelo tráfico, dificuldades de acesso à rede de saneamento básico, água potável, moradia digna, alimentação de qualidade, além das dificuldades de acesso à escola, aos materiais didáticos, a rede de internet, ao acesso a livros, em uma escola onde o ensino é desestruturado, sabotado pelo Estado, sem acesso diário a merenda, com greves recorrentes de professores e funcionários, entre diversas outras realidades, não pode ser comparada a educação de uma criança ou jovem que não passa por essas necessidades, e tem acesso a tudo.


Quem terá maior oportunidades de chegar à Universidade, ao Serviço Público, enfim, à formação e ao trabalho digno, sem as condições necessárias, sem as garantias básicas? Ninguém.


POR ISSO, COTAS PARA QUEM PRECISA, JÁ!


JUVENTUDE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA-JCR

***

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

FASCISMO ATACA A EDUCAÇÃO * Juventude Comunista Revolucionária / JCR

 FASCISMO ATACA A EDUCAÇÃO

VEJAM O VIDEO

Em São Luís, professor do IFMA, do Monte Castelo, chama aluno de vagabundo e ameaça dá um murro no estudante. 

Relato do aluno


“Foi na terça-feira, dia 30 , eu tava fazendo os exercícios  que ele tava propondo mas eu tava de máscara e fiquei cansado muito rápido por conseguinte eu subi a arquibancada e ia sentar por causa dos exercícios mas ele começou a me chamar e eu disse que não ia porque tava cansado e ia descansar.


 Logo quando eu me sentei ele começou a gritar dizendo que era pra eu ir embora e eu fui afirmando que tava cansado e ia voltar, depois eu voltei pra quadra e  o professor começou a gritar mandando eu ir embora e ficou me ameaçando dizendo que ia chamar a segurança e que eu ia levar falta já , tudo isso porque ele já tava estressado com outro caso de uma turma anterior a minha e descontou em mim 


Em seguida passou um tempo e eu voltei pois eu queria fazer a aula e não levar falta porém ele começou de novo a discussão e se descontrolou  no momento que eu estava na arquibancada foi quando ele começou a xingar , e ameaçar de bater . Naquele momento eu ainda não tava assimilando o que tava acontecendo e fiquei rindo de nervoso porque tava sendo até desconfortável, depois que eu desci da arquibancada ele avançou em mim e pareceu mesmo que ele ia me bater , ele disse  algo similar " só não te bato porque " alguma coisa que eu não consegui ouvir.


Quando sai do ginásio eu comecei a ficar com as mãos tremendo e o coração batendo descompassado,  fiquei com a cara vermelha e até com o olho inchado.”

***