Tarcísio e a repressão às manifestações do Passe Livre
As últimas manifestações do Passe Livre em São Paulo foram marcadas pela aberta repressão policial. Os policiais atuaram sem identificação e os rostos cobertos, de forma arbitrária e violenta.
A manifestação do dia 18 de janeiro de 2024, que foi o terceiro ato contra as tarifas dos ônibus, acabou com sete jovens presos, ainda na concentração, acusados de lutar pela “abolição do Estado de Direito”, resistência à autoridade e associação criminosa.
Somente no primeiro ato não houve repressão porque tinha sido convocado pela UEE, a União de Estudantes Secundaristas, controlada pelo PCdoB.
As outras duas manifestações foram convocadas pelo MPL, Movimento Passe Livre.
As bandeiras principais dos manifestantes são a redução das tarifas do transporte público [o Metrô teve aumento de R$4,40 para R$5] e o cancelamento da privatização do transporte estadual.
A Polícia Militar esteve em pé de guerra contra os manifestantes mesmo antes do início das manifestações, perseguindo os jovens dentro da Estação República do Metrô, com uso ostensivo da violência.
No segundo ato que aconteceu no dia 10 de janeiro, a Polícia prendeu 25 jovens, dos quais seis eram menores de idade, quando ainda não tinham chegado à manifestação; 13 deles foram acusados pelo delegado Alexandre Henrique Augusto Dias, do Terceiro Distrito Policial de associação criminosa, mas acabaram sendo liberados no dia seguinte por ordem da Justiça.
Por detrás do aumento da repressão
A política do aumento da repressão é uma imposição que acontece em toda a América Latina por imposição do imperialismo norte-americano como parte do Plano Condor 2.0 que é um componente central da Doutrina Monroe renovada.
Em setembro de 2022, aconteceu em Quito, Equador, a II Reunião Cume Continental de Segurança onde participou o Pentágono, representado pela general responsável pelo SouthCom, a CIA, o FBI, o Mossad, o MI6 e 12 ministros de defesa.
Conforme declarou Richardson o objetivo é impedir que outras potências entrem na região e que haja revoltas populares já que América Latina possui recursos naturais essenciais para a estratégia de guerra do imperialismo.
O capitalismo mundial, encabeçado pelo gendarme mundial, enfrenta a sua maior crise histórica para a qual não está encontrando saída devido ao aumento exponencial das contradições do capitalismo.
Os volumes de capitais fictícios/ especulativos são obscenos e deles dependem os lucros dos grandes cartéis que dominam o mundo.
É por essa razão que as potências imperialistas estão buscando uma saída na guerra. Não por acaso é o movimento do complexo industrial militar, desde a guerra na Ucrânia, o que tem mantido a economia dos Estados Unidos em movimento.
As guerras contra-revolucionárias andam da mão das revoluções, e vice versa.
O aumento do aperto, provocado pelo aprofundamento da crise, é o principal combustível que coloca as massas em movimento.
É dever dos revolucionários organizar os trabalhadores e as massas em luta direcionando-as contra os inimigos no sentido da disputa do poder político, a partir das suas lutas concretas.
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